Já se passaram mais de seis anos desde o início da obra de construção da Central de UTI's do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas o prédio, que futuramente vai possibilitar um aumento de 37 leitos via Sistema Único de Saúde (SUS) para a região, ainda não está pronto. O serviço foi interrompido em junho de 2018, quando a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) rescindiu o contrato com a empresa responsável pela execução da obra.
Após a suspensão, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) já lançou duas licitações para concluir a obra. No entanto, mesmo depois de ter passado por cinco processos licitatórios (veja mais abaixo), a finalização do serviço ainda está longe de se tornar uma realidade.
Na última tentativa de licitação, lançada em julho, apenas uma empresa se habilitou ao certame, o que ocorreu em setembro. Porém, a interessada acabou não cumprindo requisitos técnicos e, por isso, ela foi considerada inabilitada. Após essa situação, a Pró-Reitoria de Administração trabalhou em adequações com o objetivo de deixar o edital mais atrativo e uma nova licitação foi lançada, em outubro. Mesmo assim, as duas empresas que apresentaram propostas também foram consideradas inabilitadas, inviabilizando o processo.
- Nenhuma empresa atendeu as condições para habilitação. Nós analisamos o edital para ver se havia uma exigência que estava impedindo alguma coisa. Foram duas licitações frustradas - relata o pró-reitor de Administração, José Carlos Segalla.
Segundo ele, a nova licitação deve ser publicada na próxima semana. Hoje, o Departamento de Materiais e Patrimônio (Demapa) deve fazer a marcação das datas e as alterações técnicas estabelecidas em reuniões.
ESPERA
A ideia é que, uma vez retomados, os serviços tenham um investimento a mais de R$ 3,3 milhões. Esta é a sexta licitação a ser aberta na tentativa de dar desfecho à obra, que já consumiu quase R$ 6 milhões em valores atualizados e contabiliza 70% do serviço feito. No cronograma inicial, o prazo para entrega deveria ter sido em 2015.
Com a central, o Husm passará dos atuais 45 leitos de UTI para 82 (30 adultos, 20 neonatais, 10 pediátricos e 22 intermediários). Onde hoje há UTIs serão abertos leitos de internação e espaços acadêmicos. Enquanto o novo prédio não fica pronto, a instituição frequentemente trabalha no limite da capacidade de internação. Um dos leitos adultos está interditado desde o ano passado, por falta de espaço.
- É natural que tenhamos e mantenhamos essa expectativa para resolver o déficit de leitos de UTI na região. Na unidade neonatal, por exemplo, não é incomum que ela fique superlotada, com leitos extras, em função da necessidade e da demanda. Nós apostamos que, desta vez, a obra seja concluída e que, no próximo ano, a gente consiga estar trabalhando em um espaço novo, adequado, o que nos dá mais tranquilidade e segurança no atendimento - comenta Soeli Guerra, gerente de Atenção à Saúde do Husm.
Para que a central comece a operar, além de concluir o prédio, ainda será preciso conseguir verbas para comprar equipamentos e realizar o concurso para contratar os servidores.